Em um discurso conjunto, os ministros Ernesto Araújo e Damares Alves representaram o governo brasileiro na abertura do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
A participação do governo brasileiro ocorre em meio à duras críticas e à um número inédito de denúncias feitas pelos mais diversos atores da comunidade internacional em relação às violações de direitos humanos, sobretudo, por sua gestão na pandemia.
Em seu discurso, o chanceler brasileiro falou sobre o tecnototalitarismo e suas consequências à liberdade de expressão, numa manifestação, talvez, inspirada na confirmação da prisão do parlamentar que incensa a ditadura militar e o AI-5.
Já a Ministra se orgulhou em publicizar o número de cestas básicas que foram distribuídas para indígenas e comunidades tradicionais neste período de pandemia. Afirmou, ainda, que a proteção da pessoa idosa é prioridade do governo e, novamente, fez a defesa da vida a partir da concepção.
Nenhuma palavra sobre o Decreto Presidencial que amplia o acesso às armas de fogo e munições. Nenhuma palavra sobre a recente portaria que criou grupo de trabalho para rever o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Nenhuma palavra sobre as vidas perdidas para o descaso com o coronavírus. Nenhuma palavra sobre os números alarmantes de feminicídio. Nenhuma palavra dirigida à população LGBTI.
Aos olhos do mundo, no palco da principal agenda sobre os Direitos Humanos, o governo brasileiro reflete retrocessos civilizatórios de um país que já protagonizou mundialmente marcos importantes nas diretrizes universais de direitos humanos.
Fonte: https://www.instagram.com/p/CLovVJNnd2Z/?igshid=gb6ch96zwlxl